A ascensão e declínio da WeWork – como a WeWork se tornou a “WeCrash”

Quando foi lançado, há mais de uma década, a WeWork se mostrou muito promissora. Foi considerada o futuro dos locais de trabalho, sendo avaliado em cerca de US$ 47 bilhões. Dito isto, não demorou muito até que a WeWork começasse a ser chamada de “O Fracasso de Um Billhão de Dólares “.

A ascensão e queda da WeWork causou muito drama no mundo financeiro, a ponto de eles até fazerem uma minissérie após os eventos chamada “WeCrashed”. Jared Leto e Anne Hathaway interpretaram os papéis principais, então pode-se imaginar o tipo de drama que se desenrola lá. Mas o que exatamente aconteceu? Bem, estamos prestes a descobrir.

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O que é a WeWork?

A WeWork é uma empresa fundada por Adam Neumann, empresário israelense, em colaboração com Miguel McKelvey, seu colega americano. A ideia nasceu quando Neumann se atentou para todos os escritórios vazios que ficaram disponíveis após a crise de crédito de 2008, bem como o número de freelancers que surgiram de repente.

Para simplificar, Neumann queria usar esses escritórios vazios e oferecê-los a fundadores de startups e freelancers que ainda não tinham um escritório real. Através da WeWork, ele deu a eles um lugar onde pudessem trabalhar, mas sem a desvantagem de ter um chefe.

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A ideia era nova e intrigante, razão pela qual foi bem recebida por uma variedade de contratantes independentes. A maioria dessas pessoas trabalharia em suas próprias casas, sem a chance de se misturar, fazer contatos e formar relacionamentos comerciais. Em casa, eles não teriam a tranquilidade necessária para realizar seu trabalho ou um local profissional para realizar reuniões com seus clientes.

A WeWork procurou resolver esse problema e criou um local onde freelancers e donos de pequenos negócios que quisessem ter seu próprio espaço de trabalho pudessem alugar uma mesa. Não só puderam trabalhar em paz aqui, como também o espaço proporcionou a troca de ideias com outros freelancers. A startup de Neumann acabou sendo chamada de laboratórios WeWork.

O crescimento da WeWork

Quando a empresa foi criada em 2010, ainda era pequena e atendia a pequenos empresários. Dentro de quatro anos de sua criação, a WeWork já tinha mais de 50 locais em todo o mundo, em lugares como EUA, Israel e Europa. A partir daí, a empresa anunciou sua intenção de expandir para outros países e continentes.

As coisas pareciam muito boas e, com um patrimônio líquido de US$ 10 bilhões, a WeWork recebeu o título de “Empresa Mais Inovadora do Mundo”. O mercado financeiro até o chamou de unicórnio, pois parecia oferecer uma oportunidade rara e única na vida.

Havia uma hype enorme por trás da empresa, e o capital estava fluindo a uma taxa massiva. Quando 2016 chegou ao fim, a WeWork anunciou que já havia levantado mais de US$ 1,7 bilhão em seu capital da empresa.

O comportamento de culto

Por mais estranho que possa parecer, o hype foi exatamente o que iniciou o fim da WeWork. No início, a missão da empresa era atuar na área imobiliária: “tenha uma mesa para trabalhar para que você pareça profissional para seus clientes”. Entretanto, em algum momento, a WeWork começou a se comercializar como uma empresa de tecnologia, uma ação que incomodou os investidores.

Além disso, não muito diferente de outros gigantes sociais, começou a fazer reivindicações revolucionárias, dizendo que iria “mudar o mundo”, uma afirmação que muitas pessoas acharam muito ousada. Os escritórios também eram chamados de “redes sociais físicas”, que era apenas uma maneira extravagante e exagerada de dizer “escritório”. Isso deu a impressão de que Neumann estava tentando transformar uma oferta de mesa padrão em uma revolução cultural.

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Os sinais dessa atitude exagerada começaram bem cedo no jogo. Neumann via sua empresa como um movimento, e seu marketing refletia isso. A empresa também teria dias regulares de “mass away”, onde os membros do “We” iriam às festas “We” – uma festa onde o álcool e as drogas eram supostamente encorajados ativamente.

A empresa tinha uma cultura de “trabalhar duro, festejar duro”, onde beber depois do trabalho era essencial para quase todos os funcionários. Neumann então comprou os direitos da palavra “Nós”, colando-a em todos os lugares, desde espaços de convivência, chicletes e até escolas. Ele queria reunir tudo sob um guarda-chuva, o conceito de “nós”.

Não demorou muito para que as pessoas começassem a se sentir desconfortáveis ​​com a empresa. Afinal, algo que começou como um espaço de coworking rapidamente começou a se parecer com um culto.

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Rumores e dúvidas 

Nas festas “We”, mais uma vez, os encontros começaram a ficar ainda mais “tipo-culto” a cada rodada. Neumann tinha um carisma que atraiu muitos investidores e trabalhadores, razão pela qual sua empresa deu um salto rápido. Enquanto as pessoas estavam começando a se sentir desconfortáveis ​​com a atmosfera de culto de uma empresa mal comercializada, novos rumores começaram a circular também.

Rumores dentro da empresa diziam que ele era um fumante regular de maconha e até a transportou ilegalmente através das fronteiras internacionais em seu jato particular de US$ 60 milhões – um avião que foi comprado com dinheiro da empresa. Mais reclamações começaram a surgir, a maioria delas sobre seu estilo de gestão errático e alegações bizarras. Neumann dizia repetidamente que queria a vida eterna, levar a WeWork para Marte e se tornar o presidente que governava o mundo inteiro.

Em 2019, as coisas ficaram muito ruins para Neumann, culminando com o SoftBank (o principal investidor da WeWork) solicitando a renúncia de Neumann. Eles alegaram que sua liderança não era confiável e não poderiam mais investir se ele continuasse como CEO.

Isso desencadeou as consequências da WeWork. A confiança na empresa estava diminuindo lentamente, e a WeWork iniciou um IPO, onde deveria se tornar uma empresa pública e vender ações para investidores. Suas finanças foram avaliadas mais a fundo, e descobriu-se que, ao longo dos anos, o patrimônio líquido da empresa caiu US$ 37 bilhões. Levou apenas algumas semanas para a empresa passar de grandes alturas para perder tudo.

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A empresa ainda existe até hoje, mas não é mais tão bem-sucedida quanto antes. Muitos dos locais já haviam fechado e seu patrimônio líquido continuava despencando. Atualmente, a WeWork tem um patrimônio líquido de US$ 2,3 bilhões, muito longe dos US$ 47 bilhões iniciais.

Conclusão

A WeWork foi uma daquelas empresas que atingiram a fama muito rápido, mas quebraram com a mesma rapidez. A falta de foco e a forma como a WeWork foi comercializada provocaram incerteza não apenas nos investidores, mas também em seus funcionários. Eles desmoronaram porque havia uma grande lacuna entre o que eles deveriam ser e o que eles acreditavam que eram.

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